quarta-feira, maio 01, 2019

Da arte de ser tão só parte

Como diz  mesmo o termo, 'política' seria a arte de viver em grupo - para os gregos, a 'pólis' - e abrange infinitamente mais do que o desejar um bom dia ao concidadão ou lhe endereçar  um sorriso combinado. Política seria a arte de pôr em prática a compreensão das regras, a maioria das quais mutáveis, que se autoimpõem no momento em que sentimos o quão impotentes nos revelamos quando sós para a realização de tarefas básicas do estar vivo.

É preciso, pois, adentrar de vontade própria o universo dessas regras, as leis, se queremos sustentar o diálogo difícil do 'quem faz o quê' na grei. É preciso manejar alguma lógica ou, na verdade, muita, ter em foco a ideia do outro como se teria a de si mesmo e sem piedade saber colocá-lo também onde você, sujeito, está.

Mas é preciso muito mais ter persistência, ser paciente, curioso com o que há de mais simples, respeitando sua complexidade inerente com a aplicação dedicada do entendimento. É preciso, acima de tudo, ser exemplo, pois só ele, exemplo, é capaz de coreografar as ações à volta, porque ações só existem em encadeamento, jamais isoladas, livres umas das outras, como se quer acreditar. Além disso, só é preciso um pouco de medo do exemplo que se dá - do exemplo que se é - para manter o sujeito sempre um pouco fora de si, como se não fora nem mesmo o outro, como se fosse ninguém.

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